segunda-feira, 19 de março de 2012

Life On Mars

Ser a Terra o único dos planetas com inquilinos sempre me pareceu o maior dos desperdícios. Tanto espaço para um Mundo? Tanto espaço para só reinar uma só espécie?

Aos Domingos, dizem que somos feitos à imagem de Deus e nem colocam a hipótese de existirem "homenzinhos verdes". Nos cafés, perder tempo a pensar no assunto é coisa de quem foge aos grandes dilemas: foi bola na mão ou mão na bola? E a verdade é que quem luta para sobreviver neste não perde tempo a pensar noutros planetas. Mas haverá mesmo vida em Marte?

Por cá, passámos das planícies africanas para os T0 com vista para lado nenhum e fizemos o que nem o tal do Deus arriscou - moldámos a terra à nossa imagem. Roubámos mar onde foi preciso, poluímos onde precisámos de parar e nunca perdemos mais que quinze minutos a escolher entre uma floresta ou uma auto-estrada.

Por cá, dizem os livros, tivemos uma geração de "Paz e Amor" e umas quatro ou cinco marcadas por guerras. Marcadas por crises económicas, vamos para a segunda. E nem vale a pena contar com as largas centenas de anos que perdemos a torturar os nossos. Curamos o incurável, ampliamos sentidos e sobrevivemos a quase todas as intempéries. Quase todas.

Safámo-nos bem? Era engraçado ter termo de comparação. Como terão feito os vizinhos? Será que a velha história da cobiçada galinha se aplica? Como será a vida com outras regras e outros jogadores? Nós por cá, teimamos em não aprender, em perder demasiado tempo em guerras e sempre pouco atentos aos amores. Defeito genético? Conseguimos seguir ao minuto o que se faz no hemisfério oposto, exportamos letras, sons e imagens graças ao mundo www. e até praias vemos em livefeed. Perdemos demasiado tempo entre os www. e pouco nas verdadeiras praias? Muito provavelmente. Não as sabemos estimar? Garantido.

O nosso melhor cartão de visita? A música. Seria publicidade enganosa recorrer a um dos sinfónicos, mas podemos mostrar a nossa genialidade com o Sketches of Spain, o nosso rasgo com o Are You Experienced ou a nossa megalomania com o The Wall. Podemos exibir a nossa resistência com o Battle of LA ou com o Exodus. Podemos exibir o Jimmy Paige, o Freddie Mercury ou a Aretha Franklin ou o arsenal tecnológico do Sound of Silver.

Haverá vida em Marte?




Enjoy